Antony deixa o Manchester United por €25 milhões após dois anos de frustrações

dezembro 19, 2025 Bruno Braga 0 Comentários
Antony deixa o Manchester United por €25 milhões após dois anos de frustrações

Na última hora do mercado de transferências de verão de 2025, Antony Santos deixou o Manchester United após dois anos de promessas não cumpridas — e com uma conta financeira dolorosa. O clube inglês confirmou, minutos antes do fechamento do mercado às 23h BST, que aceitou uma proposta de Real Betis Balompié no valor de €25 milhões (cerca de R$140 milhões), incluindo €3 milhões em bônus e uma cláusula de 50% sobre qualquer futura venda. O brasileiro, que chegou ao Old Trafford por £85 milhões em 2022, agora deixa o clube como o segundo jogador mais caro da história da equipe a sair por prejuízo — atrás apenas de Paul Pogba. A transferência, que parecia impossível no início do dia, foi selada após horas de tensão entre as partes, com o Betis ameaçando retirar a oferta se não fosse pago um valor de rescisão. Mas o que parecia um colapso negociador virou um acordo de última hora — e um alívio para ambos os lados.

Do sonho ao pesadelo: os dois anos de Antony no Manchester United

Quando Antony assinou com o Manchester United em 1º de setembro de 2022, a torcida celebrava a chegada de um jogador com velocidade, drible e carisma. Ele vinha de um ótimo período no AFC Ajax, onde marcou 18 gols e deu 15 assistências em 65 jogos. Mas na Premier League, o brilho se apagou. Em 96 partidas, ele só fez 12 gols e 9 assistências. Números que, para um jogador que custou mais de £85 milhões, viraram motivo de chacota nas redes sociais e críticas nas arquibancadas. Durante a temporada 2024-2025, ele foi relegado ao banco, e em janeiro, após a derrota por 3-1 para o Brighton, não voltou a vestir a camisa do United. Seu último jogo oficial foi em 19 de janeiro de 2025. O técnico Ruben Amorim o excluiu da pré-temporada nos Estados Unidos, e Antony passou os últimos meses treinando separado, ao lado de outros jogadores considerados "sobras" — como Jadon Sancho e Tyrell Malacia. A situação era insustentável. Não era só o desempenho. Era o clima. Era o peso da expectativa. Era o fato de que, mesmo com o dinheiro, ninguém conseguia fazer dele o jogador que a diretoria prometeu.

O resgate de Sevilha: quando o empréstimo virou salvação

Foi no meio da temporada passada que tudo mudou. Em janeiro de 2025, Antony foi emprestado ao Real Betis Balompié, em Sevilha. E lá, na Espanha, ele respirou. Em 26 jogos, marcou nove gols — segundo o ESPN — e deu quatro assistências. O clube andaluz viu nele não apenas um jogador técnico, mas alguém que encaixava no estilo de jogo de Manolo Jiménez, o técnico da época. A equipe, que vinha lutando para manter a posição na Liga, passou a ser mais perigosa nos contra-ataques, e Antony virou um dos principais responsáveis por isso. O Goal.com registrou apenas cinco gols em 15 jogos da La Liga, mas mesmo assim, o impacto foi claro. O Betis não só queria mantê-lo — queria comprá-lo. Mas havia um obstáculo: o salário. Antony ganhava cerca de £200 mil por semana no United. O Betis não queria assumir esse custo inteiro. Por isso, a negociação travou. A diretoria espanhola chegou a emitir um comunicado dizendo que "não podia suportar o peso financeiro" do acordo. Mas o United, cansado de manter um atleta que não entrava em campo, estava disposto a abrir mão de parte do valor para se livrar do problema. O acordo final: €22 milhões fixos, €3 milhões em bônus por desempenho e, o mais estratégico, uma cláusula de 50% sobre qualquer venda futura. Ou seja: se o Betis vender Antony por €50 milhões daqui a dois anos, o Manchester United receberá €25 milhões de volta. Um seguro contra o erro.

Por que isso importa para o United e para o futebol europeu?

Essa transferência é mais do que um jogador saindo. É um sinal de mudança. O Manchester United, que por anos se orgulhou de gastar milhões em jogadores "de futuro", agora está sendo forçado a vender por prejuízo — e ainda assim, tenta minimizar o dano. A cláusula de 50% é uma tentativa de corrigir o erro. Também mostra que os clubes europeus estão cada vez mais cautelosos com contratações de alto custo sem garantia de adaptação. Antony é um caso clássico de jogador que funcionou em um contexto (Holanda) e não em outro (Inglaterra). O Betis, por outro lado, demonstrou inteligência. Comprou um jogador com potencial ainda não explorado, em um mercado onde muitos clubes estavam desconfiados. E ainda por cima, fez isso sem assumir o salário exorbitante. É um modelo de negociação que pode ser copiado. Enquanto isso, o United tem €25 milhões para reinvestir — e a chance de não repetir o erro. Mas será que aprenderam?

Antony e o futuro: o que vem agora?

O brasileiro está em Sevilha desde o início da semana, e deve passar por exames médicos antes de assinar o novo contrato. Ele não tem mais contrato com o United — a transferência já resolveu todos os aspectos legais. O jogador, de 25 anos, ainda tem potencial. Mas agora precisa provar que seu sucesso no Betis não foi um acidente. O clube espanhol, que terminou a temporada passada em 10º lugar, precisa de mais agressividade no ataque. Antony pode ser a peça que faltava. E se ele se destacar, o próprio United poderá se beneficiar. Afinal, se ele brilhar na Liga Europa ou na Champions, o clube inglês ganha de volta metade do valor. É um jogo de longo prazo. Mas o que está claro é que, para Antony, essa é uma segunda chance. E para o United, uma lição amarga.

Como foi a negociação de última hora?

No início do dia 1º de setembro, o Betis anunciou que estava retirando a oferta, dizendo que "não havia mais condições para avançar". O jornalista italiano Fabrizio Romano, conhecido por suas fontes exclusivas, confirmou que havia "um vácuo salarial" entre as partes. Mas com apenas 90 minutos para o fechamento do mercado, o United fez uma proposta final: aceitavam o valor de €22 milhões, mas exigiam a cláusula de 50%. O Betis, que já havia feito o planejamento orçamentário com base nesse valor, aceitou. Foi um acordo de última hora, feito por telefone, entre os diretores de ambos os clubes. Nenhum jogador foi visto em campo — apenas uma mensagem oficial do Twitter do Betis, às 22h47: "Antony é nosso. Obrigado, Manchester United, por confiar em nós."

Frequently Asked Questions

Por que o Manchester United aceitou vender Antony por tão pouco?

O United não tinha mais opção. Antony não jogava desde janeiro, era um fardo salarial e não tinha futuro no time. Mesmo com prejuízo, receber €25 milhões — e ainda manter 50% de uma futura venda — era melhor do que manter um jogador inativo por mais um ano, com salário alto e impacto negativo no vestiário. O clube priorizou limpeza financeira e de imagem.

A cláusula de 50% é comum em transferências?

Não é comum em vendas diretas, mas é cada vez mais usada quando o clube vendedor acredita que o jogador ainda tem valor de mercado. O Barcelona fez algo parecido com Ansu Fati, e o Manchester City com Jadon Sancho. É uma forma de proteger o investimento original. No caso de Antony, é uma aposta de que ele pode voltar a brilhar na Europa.

O Real Betis pode pagar o salário de Antony?

Sim. Embora o salário de Antony seja alto, o Betis já havia liberado verba para a contratação e negociou com o jogador uma redução de cerca de 30% em relação ao que ele ganhava no United. O clube andaluz também recebeu apoio de patrocinadores locais, que viram na contratação uma oportunidade de marketing. O acordo foi estruturado para ser viável a longo prazo.

Antony ainda tem chance de voltar à seleção brasileira?

Ainda tem, mas precisa de um bom desempenho. Ele não foi convocado desde 2023, e a concorrência no lado esquerdo do ataque é forte — com Vinícius Jr., Rodrygo e Richarlison. Se ele marcar 10 gols na La Liga nesta temporada, pode voltar a ser lembrado por Tite. Mas o tempo está correndo. A Copa América de 2026 é o próximo prazo.

Quais clubes podem estar interessados em Antony no futuro?

Times da Liga Portuguesa, como o Porto, ou da Serie A, como a Roma e a Napoli, já monitoram seu desempenho. Se ele se manter constante, clubes da Europa do Sul e até da Premier League — como o West Ham ou o Fulham — podem aparecer. Mas o United, com sua cláusula, terá o primeiro direito de contrapor qualquer oferta acima de €30 milhões.


Bruno Braga

Bruno Braga

Sou um jornalista especializado em notícias, com uma paixão por escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Trabalho para um grande portal de notícias e adoro manter meu público informado sobre o que está acontecendo em nosso país.


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