
O Governo do Estado de Pernambuco lançou, nesta quinta‑feira (9/10/2025), o Concurso Público Unificado de Pernambuco (CPU‑PE), oferecendo 460 vagas que pagam entre R$ 2.189,17 e R$ 11.359,85. A iniciativa, organizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC), promete mudar a forma como o Estado recruta servidores, ao reunir nove órgãos em um único certame. O que torna o concurso tão chamativo? Salários competitivos, benefício de plano de saúde integral e a chance de concorrer a até três cargos diferentes, tudo isso dentro de um prazo de inscrição que vai até 7 de novembro.
Contexto e origem do concurso
Até então, cada secretaria ou autarquia estadual publicava seu próprio edital, exigindo dos candidatos um monte de processos seletivos separados. Raquel Lyra, governadora de Pernambuco explicou que o CPU‑PE nasce dentro do Plano de Modernização da Gestão Pública 2023‑2026, que busca substituir contratos temporários por cargos efetivos e ainda reduzir custos administrativos. O formato segue o modelo do Concurso Nacional Unificado (CNU), adotado pelo governo federal, e traz, segundo a Secretaria Executiva de Administração, maior transparência e padronização nos critérios de seleção.
Detalhes das vagas e remuneração
Das 460 oportunidades, 14 são para assistente administrativo (nível médio), enquanto a maior parte recai sobre cargos técnicos e de gestão – direito, engenharia, TI, entre outros. Os salários variam de acordo com a carga horária: cargos de 30 horas recebem entre R$ 2.189,17 e R$ 5.200,00; posições de 40 horas podem chegar a R$ 11.359,85. Além do salário base, os aprovados recebem auxílio‑alimentação de R$ 900,00 por mês e plano de saúde pago integralmente pelo Estado.
Os benefícios foram destacados como diferencial competitivo para atrair profissionais qualificados, principalmente em áreas de alta demanda como tecnologia da informação e engenharia civil.
Como se inscrever e prazos
As inscrições devem ser feitas exclusivamente no portal da Fundação Carlos Chagas, entre 9 de outubro e 7 de novembro, horário de Brasília, até às 14h. As taxas são escalonadas: R$ 90,00 para cargos de nível médio, R$ 130,00 para nível superior e R$ 190,00 para cargos de gestor com exigência de ensino superior.
Para quem pretende concorrer a mais de um cargo, o edital permite a inscrição em até três posições diferentes, cada uma em um dos blocos temáticos. Cada bloco tem data e turno próprio para as provas, facilitando a logística dos candidatos.

Calendário de provas e divulgação de resultados
As provas objetivas e discursivas acontecerão em duas datas: 14 de dezembro de 2025 (cargos de nível superior) e 21 de dezembro de 2025 (nível médio). O certame será realizado em dez cidades de Pernambuco – ainda sem lista oficial – mas a expectativa é que capital Recife esteja entre os locais.
Gabaritos preliminares serão publicados em 28 de dezembro, com prazo para recursos até 3 de janeiro de 2026. O resultado final está previsto para 31 de janeiro de 2026, e o concurso terá validade de dois anos, podendo ser prorrogado por igual período.
Reações dos órgãos e dos candidatos
Representantes da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Pernambuco elogiaram a iniciativa, afirmando que o novo modelo "traz maior meritocracia e desperta interesse de profissionais que antes não consideravam a carreira pública".
Em grupos de redes sociais, candidatos relataram que o prazo curto para a inscrição e a variedade de cargos são atrativos, mas alguns ainda manifestam preocupação com a localização das provas, já que as cidades ainda não foram reveladas.

Impactos esperados para a gestão pública
Especialistas em administração pública, como a professora de Direito Administrativo da UFPE, Dra. Mariana Silva, apontam que o CPU‑PE pode gerar economias de até 15% nos custos de recrutamento, ao eliminar a necessidade de múltiplos processos seletivos. Além disso, a padronização pode melhorar a qualidade do serviço público, já que os critérios de avaliação serão uniformes.
Para o governo estadual, o concurso também serve como ferramenta política: ao promover a criação de cargos efetivos, reforça o compromisso com a estabilidade e a continuidade dos projetos de longo prazo, como o plano de expansão da saúde digital e a modernização da infraestrutura de energia.
Próximos passos e dicas para quem pretende participar
Se você está pensando em concorrer, a primeira dica é baixar o edital completo – disponível no Diário Oficial do Estado de Pernambuco (edição de 9/10/2025) – e criar um cronograma de estudos que contemple as três áreas de conhecimento: gerais, específicas e a prova discursiva.
Outra recomendação útil: participar de grupos de estudo online, onde os candidatos trocam materiais e simulados. Como as provas serão realizadas em múltiplas cidades, vale conferir a lista oficial assim que for divulgada, para planejar deslocamento e hospedagem.
Perguntas Frequentes
Quantas vagas estão disponíveis e quais são os salários máximos?
O CPU‑PE oferece 460 vagas, distribuídas entre cargos de nível médio e superior. O salário mais alto chega a R$ 11.359,85, correspondente a posições de gestão com jornada de 40 horas.
Como faço a inscrição e qual o custo?
Inscreva‑se no site da Fundação Carlos Chagas entre 9 de outubro e 7 de novembro, até às 14h (horário de Brasília). A taxa varia: R$ 90,00 para nível médio, R$ 130,00 para nível superior e R$ 190,00 para cargos de gestor.
Quando e onde serão realizadas as provas?
As provas dos cargos de nível superior acontecerão em 14 de dezembro de 2025; as de nível médio, em 21 de dezembro de 2025. Elas serão aplicadas em dez cidades de Pernambuco, entre elas a capital Recife, mas a lista completa ainda não foi divulgada.
Qual a validade do concurso e quando será divulgado o resultado?
O certame tem validade de dois anos a partir da homologação, com possibilidade de prorrogação por mais dois. O resultado final está previsto para 31 de janeiro de 2026.
Quais são os principais benefícios além do salário?
Além da remuneração, os aprovados recebem auxílio‑alimentação de R$ 900,00 mensais, plano de saúde integralmente custeado pelo Estado e jornada de trabalho entre 30 e 40 horas semanais.
Rafaela Gonçalves Correia
outubro 10, 2025A ideia de um concurso unificado soa como mais um plano secreto para centralizar o controle sobre a carreira pública. Os números de vagas parecem impressionantes, mas quem garante que não há cláusulas ocultas nos contratos? A taxa de inscrição, ainda que baixa, pode servir como filtro artificial para eliminar candidatos menos conectados. É curioso que o governo alegue transparência enquanto ainda não revelou quais cidades receberão as provas.
Talvez a escolha das localidades seja estratégica, favorecendo regiões que já têm influência política. Além disso, o auxílio‑alimentação de R$ 900,00 pode ser mais um jeito de atrair pessoas que precisam de subsistência imediata. O plano de saúde integral parece um benefício generoso, porém fica a dúvida se o atendimento será de qualidade real.
Os salários altos nos cargos de gestão podem criar uma elite burocrática ainda mais distante da população. Esse modelo pode, de fato, reduzir custos administrativos, mas qual será o preço para a meritocracia verdadeira? A possibilidade de concorrer a até três cargos diferentes parece prática, mas também pode gerar confusão nos processos seletivos. Os prazos curtos de inscrição exigem que os candidatos estejam sempre atentos, o que beneficia quem já tem informação privilegiada.
Os exames programados para dezembro são próximos ao fim do ano, coincidindo com o período de férias, o que pode impactar a logística. A validade de dois anos, prorrogável por mais dois, indica que o governo pretende usar esse concurso como um estoque de funcionários. Em síntese, a iniciativa tem aspectos positivos, mas também levanta suspeitas sobre possíveis agendas ocultas.
Os candidatos que realmente desejam servir ao público precisam estar cientes desses detalhes e se preparar cuidadosamente. Portanto, antes de pagar a taxa, vale a pena analisar o edital com lupa e, se possível, buscar opiniões de quem já passou por processos semelhantes.