
Enderson Moreira de volta ao América-MG: o desafio de virar o jogo fora de casa
Nunca foi segredo que jogar fora de casa na Série B virou um trauma para o América-MG em 2025. Com 13 pontos conquistados de 15 possíveis no Independência, a equipe enche o torcedor de esperança em Belo Horizonte. Mas longe de casa, a realidade é dura: cinco partidas, cinco derrotas e nada de pontos na bagagem. Agora, caberá a Enderson Moreira tentar virar essa chave e fazer o time se comportar com mais segurança como visitante – algo que pesa muito na luta pelo acesso.
Enderson não está chegando como novato. Ele já conhece os corredores do clube e traz uma bagagem com três acessos recentes à Série A, incluindo justamente o América em 2017. O currículo pesa: em 111 jogos anteriores pelo Coelho, soma 43 vitórias, 32 empates e 33 derrotas – um equilíbrio que mostra tanto resistência em momentos difíceis quanto potencial de crescimento.
O presidente Alencar da Silveira Júnior deixou claro que a escolha por Enderson aconteceu rápido, baseada na relação de confiança e na leitura das necessidades imediatas do elenco. O América buscava alguém que conhece bem os atalhos do torneio, que entende os tropeços e as armadilhas da Segunda Divisão. E, acima de tudo, alguém capaz de identificar onde está o desequilíbrio que sabota a equipe fora de casa.

Emoção e estratégia: a receita de Enderson para brigar pelo G-4
No discurso de apresentação, uma fala chamou atenção: a preocupação de Enderson em controlar o que chamou de "desequilíbrio emocional" da equipe nos jogos como visitante. Para ele, a diferença gritante entre a postura no Independência e fora dele passa tanto por questão tática quanto pela parte psicológica dos jogadores. O treinador deixou claro que não vai sair contratando por impulso. Antes, prefere mapear as reais carências do elenco, citando até experiências bem-sucedidas em clubes europeus, como o Paris Saint-Germain, onde a análise detalhada do plantel define contratações pontuais.
Essa prioridade de estudar o grupo antes de trazer reforços mostra o tom do novo trabalho: nada de pressa. A ideia é entender onde está a raiz do problema. Por que, fora do Horto, o América sofre tanto? Por que falta agressividade e concentração nos jogos longe da torcida? O grupo precisa aprender a lidar com pressão e adversidade, pontos que Enderson sempre valorizou em outros trabalhos de acesso.
- Contrato garantido até o fim de 2025, com chance de renovação para 2026
- Experiência comprovada em acessos: Goiás (2012), América-MG (2017), Botafogo (2021)
- Estreia já marcada: enfrenta o Ferroviária em BH em 7 de junho
O ambiente é de cobrança intensa, mas também de esperança. Se garantir os pontos em Belo Horizonte já virou quase rotina, o desafio agora é buscar resultados que fujam do script negativo longe de casa. A meta está nas palavras do novo comandante: Série B exige equilíbrio, resiliência e uma pitada extra de ousadia quando o estádio não está lotado de camisas verdes e pretas.
Torcida quer ver mudança já na próxima rodada. Enderson conhece bem a pressão, sabe os atalhos e aposta numa abordagem que mistura análise detalhada do elenco e estabilidade emocional. O América-MG se prepara para um novo capítulo, onde o principal desafio é transformar fraqueza em oportunidade e recuperar o protagonismo nos gramados do Brasil – tanto dentro quanto fora de casa.