Setembro em Dança 2025 abre com homenagem a Milton Nascimento

outubro 3, 2025 Bruno Braga 7 Comentários
Setembro em Dança 2025 abre com homenagem a Milton Nascimento

Na noite de 16 de setembro de 2025, Setembro em Dança 2025 Ginásio de Esportes Jamal Farjallah Bazzi deu o pontapé inicial com uma emocionante homenagem ao ícone da música brasileira Milton Nascimento, cantor e compositor reconhecido internacionalmente.

Abertura e tributo a Milton Nascimento

A cerimônia contou com a apresentação da coreografia Trajetória de uma Vida, criada por Fábio Alcântara, coreógrafo da Companhia Municipal de Dança de Ponta Grossa. Sob a direção de Joice Aline Jorge, a peça percorreu as fases da vida de Milton, desde sua infância em Minas Gerais até o reconhecimento mundial.

"Trata‑se da celebração à música, poesia e sensibilidade de Milton Nascimento, um dos maiores ícones da cultura brasileira", declarou Joice Aline Jorge durante a abertura. A coreografia misturou dança contemporânea, projeções de imagens históricas e trechos da discografia do artista, gerando lágrimas e aplausos do público presente.

Objetivos e importância cultural do festival

O Secretaria Municipal de Cultura, liderada pelo secretário Alberto Portugal, ressaltou que o evento busca “fomentar a prática da dança, a produção coreográfica e a integração de protagonistas desse segmento artístico”.

Alberto Portugal ainda explicou que o festival vai além das apresentações em palco: há oficinas, rodas de conversa e intercâmbio entre grupos consolidados e novos talentos. "A proposta é valorizar a diversidade de estilos e linguagens, aproximar criadores e oferecer visibilidade a quem está construindo sua trajetória na dança", afirmou.

Programação e destaques da Mostra Competitiva e Aberta

O calendário de Setembro em Dança 2025 se estende até 27 de setembro, com duas linhas principais:

  1. Mostra Competitiva – grupos de todo o Brasil disputam prêmios nas categorias de coreografia, performance e inovação.
  2. Mostra Aberta – apresentações gratuitas que exploram danças tradicionais, folclóricas e contemporâneas, abertas ao público geral.

Entre os nomes confirmados estão a Ballet da Corte, a trupe Corpo Solto e o grupo de dança urbana Street Pulse. Todas as apresentações são gratuitas, reforçando o compromisso da cidade com o acesso à arte.

Reações da comunidade artística e do público

Reações da comunidade artística e do público

Os artistas locais elogiaram o apoio institucional. A bailarina Carolina Silva, do Corpo Solto, comentou: "É raro encontrar uma estrutura que ofereça palco, divulgação e, ainda, espaço para experimentação. Isso eleva o nível da dança em Ponta Grossa".

Para o público, a homenagem a Milton Nascimento foi um momento de nostalgia. Um espectador, que preferiu permanecer anônimo, disse que "sentiu a história do Brasil contada em cada passo, como se as músicas do Milton fossem tão vivas quanto a própria dança".

Próximos passos e legado do evento

Com o encerramento previsto para 27 de setembro, a expectativa é que o festival deixe um legado de formação de público e de novas parcerias entre companhias de dança de diferentes regiões. A Secretaria de Cultura já sinaliza a intenção de transformar o Setembro em Dança em um evento anual, com apoio de patrocinadores privados e federais.

Se tudo correr como o planejado, a próxima edição pode contar com mais intercâmbios internacionais, ampliando o alcance da cena de dança de Ponta Grossa para além das fronteiras brasileiras.

Fatos rápidos

  • Início: 16/09/2025, 19h30, Ginásio de Esportes Jamal Farjallah Bazzi.
  • Encerramento: 27/09/2025.
  • Entrada: Gratuita para todas as apresentações.
  • Homenagem: Coreografia Trajetória de uma Vida dedicada a Milton Nascimento.
  • Organizadores: Prefeitura de Ponta Grossa, Secretaria Municipal de Cultura.
Perguntas Frequentes

Perguntas Frequentes

Como o festival beneficia os dançarinos locais?

O evento oferece palco gratuito, oficinas técnicas e oportunidades de networking. Dançarinos como Carolina Silva ressaltam que a visibilidade gerada ajuda a captar recursos e a firmar convênios com companhias de outros estados.

Qual a ligação entre Milton Nascimento e a dança?

Milton sempre colaborou com artistas de diversas áreas. Suas composições já foram usadas em balés e espetáculos de teatro. A coreografia Trajetória de uma Vida traduz essa sintonia ao combinar música, poesia e movimento.

Quem são os principais parceiros do festival?

Além da Prefeitura de Ponta Grossa, o evento conta com apoio da Secretaria de Cultura, patrocinadores regionais como a Caixa Econômica Federal e o Governo do Estado do Paraná, e diversas escolas de dança que cederam espaços para ensaios.

Qual a programação de oficinas durante o festival?

São oferecidas aulas de técnicas contemporâneas, danças de origem africana e workshops de composição coreográfica. Os conteúdos são ministrados por mestres convidados como a coreógrafa Ana Lúcia Santos e o bailarino Gustavo Ribeiro.

O que esperar da edição de 2026?

A secretaria já indica que a próxima edição pretende ampliar a Mostra Competitiva, incluir projetos de residências artísticas internacionais e trazer mais nomes de destaque da dança contemporânea global.


Bruno Braga

Bruno Braga

Sou um jornalista especializado em notícias, com uma paixão por escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Trabalho para um grande portal de notícias e adoro manter meu público informado sobre o que está acontecendo em nosso país.


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7 Comentários


Marcus Ness

Marcus Ness

outubro 3, 2025

O Setembro em Dança 2025 demonstra um compromisso sólido com a democratização da arte, oferecendo oficinas gratuitas que atendem tanto a iniciantes quanto a profissionais experientes.
Além das apresentações, os workshops abordam técnicas contemporâneas, dança afro‑brasileira e composição coreográfica, garantindo um aprendizado holístico.
Os organizadores ainda disponibilizaram materiais didáticos digitais, facilitando a continuidade dos estudos após o evento.
Essa estrutura de apoio institucional eleva a visibilidade das companhias locais e favorece a captação de recursos.
É um modelo que outras cidades deveriam observar e replicar.

Marcos Thompson

Marcos Thompson

outubro 9, 2025

Ao contemplar a sinestesia entre som e movimento, percebemos que a homenagem a Milton Nascimento transcende mera nostalgia, constituindo‑se em um experimento semiótico de intertextualidade cultural.
Os acordes de “Clube da Esquina” ressoam como um leitmotiv que articula a narrativa corporal, enquanto a projeção visual funciona como um hipertexto que remete à memória coletiva.
Tal conjunção, impregnada de aforismos estéticos, revela a dança como linguagem polisêmica capaz de traduzir a poética sonora em gestos corpóreos.
Em termos de epistemologia artística, o festival posiciona‑se na vanguarda da produção intermodal, desafiando os limites convencionais da performance.

João Augusto de Andrade Neto

João Augusto de Andrade Neto

outubro 16, 2025

É lamentável que, apesar do discurso de inclusão, muitos dos grupos mais marginalizados ainda não recebem a mesma visibilidade que as companhias já estabelecidas.
O festival poderia usar seu orçamento para garantir cotas de palco realmente efetivas, ao invés de apenas mencionar “diversidade” em comunicados de imprensa.
Se continuarmos a celebrar apenas o que já é reconhecido, perpetuaremos uma hierarquia cultural que exclui vozes autênticas.

Vitor von Silva

Vitor von Silva

outubro 22, 2025

Ao analisar a dinâmica de poder presente na curadoria, percebe‑se que o gesto de “incluir” pode ser uma forma velada de legitimar o status quo.
É preciso questionar quem define os critérios de “qualidade” e quais narrativas são privilegiadas nos palcos.
Tal reflexão nos conduz a um pensamento dialético, onde a arte pode ser simultaneamente libertadora e opressora.

Erisvaldo Pedrosa

Erisvaldo Pedrosa

outubro 29, 2025

Certamente, essa visão elitista que permeia o discurso cultural é um obstáculo para a verdadeira inovação; a elite artística se perpetua ao monopolizar os recursos e a crítica.

Marcelo Mares

Marcelo Mares

novembro 5, 2025

O Setembro em Dança 2025 representa um marco significativo na política cultural do Paraná, pois demonstra que o investimento público pode gerar impactos sociais concretos.
Primeiramente, a gratuidade das mostras abre portas para espectadores que, de outra forma, teriam acesso limitado a produções de alto nível.
Em segundo lugar, as oficinas oferecidas por mestres reconhecidos fornecem formação técnica que eleva o padrão profissional dos bailarinos locais.
Além disso, o intercâmbio entre grupos de diferentes regiões do país favorece a troca de repertórios e metodologias, enriquecendo o panorama artístico nacional.
A presença de nomes consagrados, como a Ballet da Corte, também atrai a atenção da mídia, ampliando a visibilidade do evento.
Outro aspecto relevante é a integração de danças tradicionais com a contemporânea, o que reforça a identidade cultural sem abrir mão da experimentação.
Os participantes relatam que a experiência de trabalhar ao lado de coreógrafos como Ana Lúcia Santos gera um efeito multiplicador, impulsionando novos projetos fora do período do festival.
O apoio institucional, materializado em recursos como o Ginásio de Esportes Jamal Farjallah Bazzi, garante infraestrutura adequada para apresentações de grande porte.
É importante notar que a política de portas abertas incentiva a participação da comunidade, fomentando um sentimento de pertencimento ao processo criativo.
Os resultados preliminares indicam um aumento significativo no número de inscrições de grupos emergentes para a próxima edição.
Essa tendência sugere que o festival está cumprindo seu objetivo de democratizar o acesso e estimular a produção local.
Ademais, a possibilidade de residências artísticas internacionais, anunciada para 2026, promete elevar ainda mais o padrão de excelência.
O impacto econômico também não pode ser ignorado, já que o influxo de visitantes gera receita para hotéis, restaurantes e comércio local.
Por fim, a articulação entre a Secretaria de Cultura, a prefeitura e patrocinadores privados cria um modelo de governança que pode servir de referência para outras cidades brasileiras.
Em suma, o Setembro em Dança 2025 não é apenas um evento artístico, mas um agente de transformação social que merece ser acompanhado de perto nos próximos anos.

Fernanda Bárbara

Fernanda Bárbara

novembro 11, 2025

Esse festival parece mais um culto à elite cultural


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