
Gol, assistência e desfalque: a noite de Canobbio vira problema para a semifinal
O roteiro foi cruel: gol, assistência e, minutos depois, o cartão que muda os planos. Na vitória por 2 a 0 sobre o Bahia, no Maracanã, Canobbio foi o nome do jogo e, ao mesmo tempo, a grande baixa confirmada para o primeiro duelo da semifinal da Copa do Brasil. O uruguaio recebeu o terceiro amarelo do torneio aos 43 minutos do primeiro tempo, em falta sobre Luciano Juba, e cumpre suspensão automática na partida de ida.
O histórico que pesa agora começou nas oitavas. Canobbio já tinha sido advertido nos dois jogos contra o Internacional, no Beira-Rio e no Maracanã. Diante do Bahia, a infração completou a série e acionou a regra. Nada de mistério: três cartões amarelos no mesmo campeonato e o jogador perde o compromisso seguinte.
O impacto esportivo é claro. Sob o comando de Renato Gaúcho, Canobbio virou peça de confiança: foi titular nas últimas três partidas da Copa do Brasil e já soma dez gols na temporada. Além do número, entrega intensidade sem bola, ataque ao espaço e o passe final — contra o Bahia, foi assim que o placar desatou. No vestiário, ele celebrou o desempenho coletivo e chamou o elenco de “família”, um discurso que combina com o momento do grupo.
Sem ele no jogo de ida da semifinal, Renato terá de mexer no tabuleiro. A posição de ponta aberta pode ir para Serna, Keno, Soteldo, Santi Moreno ou Riquelme Felipe. O treinador pode optar por manter o desenho com um velocista de origem, apostar em um articulador por dentro que flutue para o lado, ou até inverter o lado forte do ataque para explorar o um contra um de quem entrar. O ajuste não é só de nome: muda a altura da pressão, a forma de atacar a última linha e a escolha dos cruzamentos ou infiltrações.
Um alívio para o setor defensivo: Nonato entrou pendurado, mas passou ileso. Escapou do amarelo e fica à disposição para a semifinal. Com isso, Renato preserva uma base de marcação que funcionou bem contra o Bahia e ganha fôlego para administrar a ausência no ataque.

Adversário indefinido, calendário apertado e as cartas na mesa
O Tricolor ainda não sabe quem vem pela frente. A vaga sai do clássico entre Botafogo e Vasco, nesta quinta, no Nilton Santos, depois do 1 a 1 no jogo de ida. Seja quem for, o peso é de semifinal: jogo grande, detalhe faz diferença e a margem de erro encolhe. A ordem dos mandos será definida por sorteio, o que adiciona mais um elemento estratégico para Renato e sua comissão.
As datas já estão no papel: 10 e 14 de dezembro. Intervalo curto, exigência física lá em cima e planejamento cirúrgico. Entre uma coisa e outra, o Fluminense não para. No sábado, encara o Corinthians, às 21h, no Maracanã, pelo Brasileiro. É noite de administrar minutagem, cuidar de quem vem em sequência pesada e calibrar o entrosamento de quem pode substituir Canobbio na semifinal.
O Maracanã terá papel direto nessa reta final. Em mata-mata, ambiente e ritmo empurram o time, ainda mais quando a equipe mostra organização e intensidade, como aconteceu contra o Bahia. Sem seu ponta mais quente no momento, o Fluminense terá de compensar com circulação mais rápida, aproximação entre as linhas e bola parada bem trabalhada — um trunfo frequente em jogos equilibrados.
Para além do substituto, o desenho do banco também conta. Se Renato começar com um jogador mais associativo, pode guardar velocidade para o segundo tempo e explorar defensores cansados. Se optar por um ponta agudo desde o início, talvez precise de um meia mais controlador depois, para segurar resultado. Em semifinal, a leitura de jogo pesa tanto quanto a escalação inicial.
Enquanto a preparação para a fase decisiva avança, o vestiário mantém o discurso de união que Canobbio vocalizou. É esse clima que sustenta campanhas longas: competição interna saudável, elenco “plugado” e recursos variados para mudar o rumo de uma partida. A ausência é pesada, mas dá brecha para que outro nome peça passagem — e para que o time ganhe uma nova dinâmica, nem que seja por 90 minutos.
O que já se sabe sobre a semifinal do Fluminense:
- Canobbio está suspenso no jogo de ida por acúmulo de cartões.
- O adversário sai de Botafogo x Vasco, após empate por 1 a 1 no primeiro duelo.
- Os jogos serão nos dias 10 e 14 de dezembro.
- A definição de quem decide em casa sairá por sorteio.
- Nonato está liberado e pode atuar normalmente.
Até lá, o foco divide espaço entre manter a toada no Brasileiro e acertar os últimos detalhes do plano de semifinal. Sem Canobbio no primeiro capítulo, a história do confronto vai exigir criatividade e frieza. O elenco tem peças para isso. Agora é transformar opção em solução.