Esteban Ocon perde classificação no GP do Azerbaijão por falha no teste de flexão da asa traseira

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setembro 21, 2025 Bruno Braga 0 Comentários
Esteban Ocon perde classificação no GP do Azerbaijão por falha no teste de flexão da asa traseira

O que motivou a desqualificação de Esteban Ocon?

Durante a sessão de qualificação em Baku, a FIA realizou o teste de flexão da Esteban Ocon e constatou que a asa traseira do carro da Haas violou o Artigo 3.15.17 dos regulamentos técnicos. O procedimento exige que, ao aplicar 75 kg de carga vertical em cada extremidade da asa, o espaço entre o plano principal e a aba (o chamado "slot gap") não varie mais de 0,5 mm. No caso de Ocon, a medição ultrapassou esse limite, o que levou o delegado técnico Jo Bauer a encaminhar o caso ao comitê de stewards.

Essa regra entrou em vigor a partir do GP da China, como parte de um pacote de mudanças destinadas a reduzir a flexibilidade excessiva das asas traseiras, que até então gerava vantagem aerodinâmica marginal, porém decisiva. Na Espanha, a FIA refinou ainda mais os parâmetros, estabelecendo limites diferentes para deflexão vertical quando a carga é aplicada simultaneamente nos dois lados (10 mm) ou apenas em um lado (15 mm), sempre com tolerância de 0,5 mm.

  • Limite original (até Shanghai): variação máxima de 2 mm.
  • Limite revisado (a partir de Shanghai): 0,5 mm para ambos os lados.
  • Deflexão vertical simultânea: máximo 10 mm + 0,5 mm de tolerância.
  • Deflexão vertical unilateral: máximo 15 mm + 0,5 mm de tolerância.

Essas restrições foram pensadas para nivelar o campo de jogo e impedir que equipes gastem recursos excessivos para tornar as asas mais elásticas, algo que a FIA considera incompatível com a filosofia de custos controlados para 2025.

Consequências para Ocon e para a Haas

Consequências para Ocon e para a Haas

Com a desqualificação, Ocon perde a posição conquistada na qualificação e fica sem horário oficial de largada. A equipe ainda pode recorrer, mas até o momento não há indícios de que o apelo vá mudar o resultado, já que os testes são bastante objetivos e a margem de erro mínima.

Para a Haas, o revés chega em um momento delicado da temporada. A equipe luta para subir no ranking de construtores e cada ponto conta. Baku é famoso pelos trechos de reta longos, mas também por curvas estreitas que dificultam ultrapassagens. Começar a corrida da última fila reduz drasticamente as chances de pontuar, a menos que ocorram incidentes que abram buracos no pelotão.

Além do aspecto competitivo, a penalidade evidencia a necessidade de um controle de qualidade ainda mais rigoroso nos departamentos de engenharia. A flexão marginal de componentes pode ser consequência de variações de temperatura, desgaste dos materiais ou até mesmo ajustes de última hora que fogem ao monitoramento. Equipes como a Haas terão de apertar ainda mais os processos de inspeção para garantir que todos os itens estejam dentro dos limites da FIA antes de cada sessão.

Especialistas em aerodinâmica comentam que a tolerância de 0,5 mm é quase simbólica, porém tem efeito real na performance. Uma asa que flexiona ligeiramente pode ganhar mais carga aerodinâmica nas curvas, melhorando a aderência sem aumentar o arrasto nas retas. Por isso, a FIA vem reforçando a fiscalização, usando medições digitais e sensores de alta precisão para detectar até a menor variação.

O caso de Ocon também coloca em foco a diferença entre as equipes de ponta e as equipes de médio porte. Enquanto equipes como Mercedes ou Red Bull contam com recursos para testar e validar cada componente em laboratórios avançados, equipes como a Haas precisam otimizar o orçamento e ainda assim atender a exigências cada vez mais apertadas. Essa disparidade pode criar uma curva de aprendizado mais íngreme para equipes menores.

Nos próximos finais de semana, vale observar se outras escuderias terão problemas semelhantes. Desde o GP da China, a FIA já multou dois carros por infrações ligadas à flexão da asa traseira, o que indica que a fiscalização está realmente em alta. O que se conhece agora é que, a partir de 2025, a margem de erro será praticamente nula.

Para os fãs, a notícia traz um misto de frustração e curiosidade. Ocon, que vinha buscando melhorar seu desempenho nas pistas de rua, agora tem que lidar com a decepção de não disputar a largada a partir de sua posição de qualificação. A expectativa agora gira em torno de como a equipe vai reagir na corrida e se conseguirá recuperar pontos mesmo começando da última fila.

Em resumo, a desqualificação de Esteban Ocon no GP do Azerbaijão ressalta que, no cenário atual da Fórmula 1, o detalhe técnico pode ser tão decisivo quanto a habilidade do piloto. A FIA demonstra que está disposta a aplicar punições rígidas para garantir um campo de jogo equilibrado, e as equipes precisarão adaptar seus processos de desenvolvimento para não serem surpreendidas por uma medição de fração de milímetro.


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Bruno Braga

Bruno Braga

Sou um jornalista especializado em notícias, com uma paixão por escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Trabalho para um grande portal de notícias e adoro manter meu público informado sobre o que está acontecendo em nosso país.


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